Arcangelo Ianelli

Arcangelo Ianelli (São Paulo, Brasil - 1922 - São Paulo, Brasil - 2009) foi uma figura marcante nas artes visuais brasileiras, destacando-se como pintor, escultor, ilustrador e desenhista. Sua jornada artística começou de forma autodidata, mas em 1940, buscou aprofundar seus conhecimentos estudando perspectiva na Associação Paulista de Belas Artes. Dois anos depois, recebeu orientação em pintura de Colette Pujol e passou a frequentar o ateliê de Waldemar da Costa, onde interagiu com outros talentos como Lothar Charoux, Hermelindo Fiaminghi e Maria Leontina.

Durante a década de 1950, Ianelli participou do Grupo Guanabara, junto a outros nomes proeminentes das artes plásticas brasileiras. Sua obra inicialmente retratava cenas do cotidiano, paisagens urbanas e marinhas, caracterizadas por uma síntese formal marcante e uma paleta de tons rebaixados. Por volta dos anos 1960, ele se voltou para o abstracionismo informal, explorando densidade matérica e cores escuras em suas telas.

Nos anos seguintes, sua obra evoluiu para uma abordagem linear e pictórica, incorporando grafismos distintivos. A partir dos anos 1970, Ianelli mergulhou na abstração geométrica, empregando principalmente retângulos e quadrados, organizados como planos superpostos e interpenetrados. Além de sua contribuição como pintor, ele também se destacou como escultor a partir da metade da década de 1970, criando obras em mármore e madeira que ecoavam questões presentes em sua produção pictórica.

Em 2002, Ianelli foi homenageado com uma retrospectiva montada pela Pinacoteca do Estado de São Paulo, celebrando seus 80 anos de vida e sua significativa contribuição para as artes visuais brasileiras. Sua obra continua a ser valorizada e estudada, representando um capítulo importante na história da arte contemporânea do país.