

Iberê Camargo
Iberê Camargo (Restinga Seca, Rio Grande do Sul - 1914 - Porto Alegre, Rio Grande do Sul - 1994), dotado de um rigor e sensibilidade únicos, é uma das figuras proeminentes da arte brasileira do século XX. Nascido em novembro de 1914 em Restinga Seca, interior do Rio Grande do Sul, ele deixou uma obra vasta que abrange pinturas, desenhos, guaches e gravuras.
Seu percurso artístico teve início em 1927, quando começou a estudar pintura na Escola de Artes e Ofícios de Santa Maria. Em 1936, mudou-se para Porto Alegre, onde conheceu e se casou com Maria Coussirat Camargo, colega do Instituto de Belas Artes.
Em 1942, ano de sua primeira exposição, Iberê e sua esposa partiram para o Rio de Janeiro, onde permaneceram por 40 anos. Durante esse período, ele teve a oportunidade de conhecer e se inspirar em artistas brasileiros como Goeldi e Guignard. Em 1948, viajou para a Europa em busca de aprimoramento técnico, onde estudou com renomados mestres da pintura e gravura.
De volta ao Brasil em 1950, Iberê conquistou diversos prêmios e participou de importantes exposições internacionais. Foi nos finais dos anos 1950 que desenvolveu um dos temas mais marcantes de sua obra: os Carretéis, inspirados em brinquedos de sua infância. Essa temática acompanhou-o até sua fase final e levou-o à abstração.
Iberê Camargo exerceu uma liderança notável no meio artístico e intelectual ao longo de sua vida. Sua participação na organização de eventos como o Salão Preto e Branco e o Salão Miniatura demonstram seu engajamento e resistência às políticas de importação de materiais artísticos.
Embora tenha retomado a figuração na década de 1980, Iberê nunca se vinculou a correntes ou movimentos artísticos. Em 1982, retornou a Porto Alegre, onde produziu algumas de suas séries mais célebres, como os Ciclistas e as Idiotas.
O legado de Iberê Camargo perdura mesmo após sua morte em agosto de 1994, aos 79 anos, deixando para trás uma obra que continua a inspirar e encantar gerações posteriores.