Leda Catunda
Leda Catunda mergulhou no mundo das artes plásticas durante seus estudos na Fundação Armando Álvares Penteado - Faap, em São Paulo, de 1980 a 1984. Nesse ambiente vibrante, teve a oportunidade de frequentar as aulas de Nelson Leirner, Regina Silveira, Julio Plaza e Walter Zanini, cujas influências foram fundamentais para sua formação. Os debates sobre arte conceitual, a comercialização da obra de arte e o uso de tecnologia na produção artística desafiaram e enriqueceram sua compreensão do fazer artístico.
Durante esse período, Leda também se interessou pela pintura neo-expressionista que florescia na Europa e nos Estados Unidos, encontrando inspiração em artistas como Julian Schnabel, Sandro Chia e Francesco Clemente. Suas primeiras obras refletiam um diálogo crítico com as questões levantadas pelos neo-expressionistas, explorando tanto os aspectos plásticos quanto conceituais.
A partir de 1982, a pintura assumiu um papel central em sua prática artística. Ela começou a trabalhar em tecidos estampados, utilizando a cor para realçar figuras já presentes nos padrões. Ao invés de encobrir, sua pintura destacava e ampliava elementos encontrados, criando uma interseção entre pintura e objeto. Leda explorava temas figurativos da cultura popular, experimentando com materiais e técnicas não convencionais.
Ao longo dos anos, sua abordagem evoluiu, migrando gradualmente do foco na figuração para questões mais estruturais. A partir de 1989, concentrou-se mais nas relações formais e na estruturação da tela, utilizando materiais como meias e camisetas de forma inovadora. Na década de 1990, sua pesquisa se aprofundou na especificidade dos materiais, explorando uma variedade de tecidos e meios coloridos em suas superfícies pictóricas. Essa fase também viu a aproximação de seu trabalho com esculturas, inspiradas em artistas como Claes Oldenburg.