

Ligya Pape
Lygia Pape (Nova Friburgo, Rio de Janeiro - 1927 - 2004). Escultora, gravadora e cineasta, Lygia Pape estudou com Fayga Ostrower (1920 - 2001) no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro - MAM/RJ. Sua trajetória artística a aproximou do concretismo, e em 1957, após integrar-se ao Grupo Frente, tornou-se uma das signatárias do Manifesto Neoconcreto. Em 1958, em colaboração com o poeta Reynaldo Jardim (1926), concebeu o Ballet Neoconcreto I, apresentado no Teatro Copacabana, e dois anos mais tarde, participou da Konkrete Kunst [Exposição Internacional de Arte Concreta], em Zurique.
No final da década de 1950, Lygia Pape iniciou sua trilogia de livros de artista, composta por Livro da Criação, Livro da Arquitetura e Livro do Tempo. A partir dos anos 1960, expandiu suas habilidades para o cinema, trabalhando com roteiro, montagem e direção cinematográficos, além de fazer a programação visual de filmes do cinema novo. Durante essa década, produziu esculturas em madeira e criou o Livro-Poema, composto por xilogravuras e poemas concretos.
Em 1971, dirigiu o curta-metragem "O Guarda-Chuva Vermelho", sobre Oswaldo Goeldi (1895 - 1961). Em 1980, obteve uma bolsa de estudos da Fundação Guggenheim e mudou-se para Nova York. Sua obra é caracterizada pela liberdade com que explora e manipula diversas linguagens e formatos, incorporando o espectador como agente. Suas experimentações artísticas seguem em paralelo com as de Hélio Oiticica (1937 - 1980) e Lygia Clark (1920 - 1988).
Após a morte de Hélio Oiticica, Lygia Pape organizou, juntamente com o artista gráfico Luciano Figueiredo (1948) e o poeta Waly Salomão (1943 - 2003), o Projeto Hélio Oiticica, destinado a preservar e divulgar a obra do artista. Em 1990, com uma bolsa da Fundação Vitae, realizou o projeto "Tteias", que combinava luz e movimento. Em 2004, foi fundada a Associação Cultural Projeto Lygia Pape, idealizada pela própria artista e dirigida por sua filha Paula Pape.