Mira Schendel
Nascida em Zurique, na Suíça, Myrrha Dagmar Dub cresceu na Itália, onde iniciou sua jornada artística entre 1930 e 1936, frequentando cursos de desenho. Porém, o início da Segunda Guerra Mundial a forçou a interromper seus estudos devido ao antissemitismo e ao fascismo. A partir de 1939, viajou pela Europa, passando por diversos países antes de se estabelecer em Roma em 1944, onde trabalhou na Organização Internacional para Refugiados.
Em 1949, mudou-se para Porto Alegre, Brasil, com seu marido, Jossip Hargesheimer, e começou a se dedicar integralmente à pintura. Sua participação na 1ª Bienal Internacional de São Paulo, em 1951, marcou sua inserção na cena artística contemporânea, e dois anos depois ela se mudou para São Paulo, adotando o sobrenome Schendel. Nos anos seguintes, Myrrha se aproximou de importantes pensadores e artistas brasileiros, consolidando sua presença no cenário cultural.
A década de 1960 foi marcada por um aprofundamento em investigações abstratas, especialmente com o uso do papel de arroz japonês em suas obras. As séries Monotipias e Droguinhas são exemplos desse período experimental. Na década seguinte, sua exploração artística evoluiu para o processo de "transparentização" do mundo e do tempo, como visto na série Datiloscritos, onde usou uma máquina de escrever para criar desenhos.
Após sua morte, em 1988, Myrrha Schendel continuou a ser reconhecida internacionalmente, com exposições em museus de renome em todo o mundo. Sua obra continua a inspirar e intrigar, destacando-se por sua inovação e profundidade conceitual.