A feira PARTE Cidade Jardim já é semana que vem. Estaremos com obras de 35 artistas reconhecidos nacional e internacionalmente. Mostramos neste post algumas das obras da artista ANNA MARIA MAIOLINO que estaremos expondo durante a feira de 09 a 12 de junho de 2016. Destaque especial para a xilogravura super rara de 1967 e com tiragem limitada de 20. Essa que estaremos expondo é uma P.A. (prova do artsita).
"A xilogravura de Maiolino guarda a relação com o cordel pelo método simplificado de gravar madeira, destituído de cortes expressionistas ou buscando uma ingenuidade no desenho, e pelo fato de tratar a atualidade. Ela funde cordel e Pop através do recurso à estética do primeiro e a divisões do espaço em quadros e cenas que evocam as revistas em quadrinhos do segundo. A xilogravura de cordel tendo sido o protótipo antropológico e o caminho gráfico, não foi, no entanto, o imaginário pelo qual Maiolino articulou sua utopia política. A última xilogravura dessa série – Anna (1967) – rompe com a espacialidade anterior. A simetria horizontal das figuras do pai e da mãe, a repetição da palavra, o palíndromo, dissolvem a narrativa nem jogo de ecos visuais, como espaço de rebatimentos e um tempo diacrônico. Na gramática de Anna haveria um anagrama visual. É como Anna, seu autorretrato e falso espelho, que Maiolino põe em questão a representação de si mesma em sua própria obra e reclama sua presença como sujeito." Paulo Herkenhoff
FEIRA PARTE | STAND A3
Shopping Cidade Jardim - 3º andar
Av. Magalhães de Castro, 12.000,
São Paulo - Brasil
Quinta-feira, 09/06 - somente para convidados
Sexta e Sábado, 10 e 11/06 - das 13h00 as 22h00
Domingo, 12/06 - das 13h00 as 20h00
Biografia:
Anna Maria Maiolino (Scalea, Itália, 1942). Gravadora, pintora, escultora, artista multimídia e desenhista. Muda-se em 1954, devido à escassez provocada pelo pós-guerra, para Caracas, Venezuela, onde estuda na Escuela de Artes Plásticas Cristóbal Rojas entre 1958 e 1960, ano em que transfere-se para o Brasil. Em 1961, inicia curso de gravuraem madeira na Escola Nacional de Belas Artes (Enba), no Rio de Janeiro, e integra-se à Nova Figuração, movimento de reação à abstração e tomada de posição frente ao momento político brasileiro. Freqüenta o ateliê de Ivan Serpa (1923-1973), no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM/RJ), e estuda gravura com Adir Botelho (1932), em 1963. No ano seguinte, realiza sua primeira exposição individual na Galeria G, em Caracas. Em 1967 participa da Nova Objetividade Brasileira, exposição que entre outros preceitos, propunha a superação do quadro de cavalete em favor do objeto, sendo organizada por críticos e artistas, entre eles Hélio Oiticica (1937-1980). Entre 1968 e 1971, estuda no Pratt Graphic Center, em Nova York. A partir da década de 1970, começa a trabalhar com diversas mídias, como a instalação, a fotografia e filmes. Participa, em Curitiba, do 1º Festival do Filme Super-8, premiada com o filme In-Out, Antropofagia, seu primeiro trabalho em vídeo. Participa também do Festival Internacional do Filme Super-8, no Space Cardin, em Paris; da 5ª Jornada Brasileira de Curta-Metragem, em Salvador; e do 2º Festival Nacional de Curta-Metragem, na Alliance Française du Brésil, no Rio de Janeiro. No final da década de 1970, a artista passa a se dedicar à performances. Em 1978, realiza Mitos Vadios, num terreno baldio da rua Augusta, em São Paulo, e, em 1981, na rua Cardoso Júnior, Entrevidas, quando dúzias de ovos de galinha são espalhados pelo chão, para que o público tivesse que driblar um "campo minado". Na década de 1980, começa a trabalhar com a argila por influência do artista argentino Victor Grippo (1936-2002). Em 1990, recebe o prêmio de melhor mostra do ano, da Associação Brasileira de Críticos de Arte (ABCA), pela exposição individual realizada em 1989, no Centro Cultural Cândido Mendes (CCCM). Realiza em Nova York, em 2002 exposição retrospectiva acompanhada do livro A Life Line/Vida Afora.